terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Análise - The Legend of Zelda: Majora's Mask 3D



Creio que o burburinho de uma versão renovada do, por muito tempo, infame Majora’s Mask começou a surgir em 2011, pouco antes ou pouco depois do lançamento de Ocarina of Time 3D, e certamente antes do lançamento de Skyward Sword.

Me lembro bem dos vários argumentos e comentários feitos por incontáveis fãs, uma maioria certamente considerável pedindo que o jogo ganhasse uma versão nova como prioridade! Ao mesmo tempo, havia aqueles que, por mais que desejassem a mesma coisa, achavam que ainda era muito cedo para mais um remake agraciar a pequenina tela tridimensional do 3DS (comigo incluso nesse pacote).

De todo jeito, o desejo se manteve forte, com até um grupo de fãs iniciando uma tal de “Operation Moonfall” com o intuito de chamar a atenção dos desenvolvedores de Zelda e de apresentar a eles a ideia, assumindo que eles já não a tivessem, é claro.

A operação foi um relativo sucesso, com o supervisor e produtor Eiji Aonuma a mencionando em uma entrevista e agradecendo o desejo e o suporte, praticamente garantindo que o projeto se tornaria uma realidade no futuro.

Passaram-se os anos, as pessoas começaram a ficar falando de outras novidades que surgiram nos anos seguintes, como o novo Smash Bros., A Link Between Worlds, um remake de The Wind Waker para o Wii U, e até um baita controverso Hyrule Warriors.

Somente em 2014, depois de todo esse alarde, foi que surgiu um trailer discreto mostrando exatamente aquilo que todos queriam ouvir: Majora’s Mask 3D seria lançado no começo do ano seguinte, para deleite e paixão geral.
E cá estamos nós, mais de um ano depois, em um mundo onde não só Majora’s Mask foi refeito, mas Twilight Princess também teve essa honra, assim como houve um Zelda com multiplayer online. Um mundo que muitos chamariam de absurdo dois anos antes, mas, estou divagando.
Hoje, vamos falar um pouco sobre Majora’s Mask 3D, e ver se, depois de todo esse tempo e interesse, o título é digno de sua versão original.

Sendo bem estraga prazeres, vou responder logo que sim, a espera valeu a pena e o jogo conta com um dos melhores remakes que já foram feitos para Zelda, superando desde o Link's Awakening DX até mesmo o Twilight Princess HD (que, por mais que tenha tido suas adições, bem... continuemos nossa análise).
Você deve estar se perguntando como, exatamente, Majora's Mask 3D pode ter superado tantos novos clássicos de uma vez... Veja o próximo tópico e ~descubra~.

Remake é coisa séria!!

Se você é como eu, muito provavelmente jogou Majora's Mask mais vezes do que pode contar, e sabe tantos detalhes do jogo que você se pergunta se tem ou não vida social... E se lembra que não, você não tem...

Se formos levar em conta como os remakes recentes da série foram feitos, creio que todos eles contam com alguns elementos novos, mas, em sua boa maioria, continuam sendo os mesmos jogos sob uma pintura nova, uma ou duas funções adicionadas, e o ajuste de um probleminha ou outro que foi uma peste no lançamento original.
No caso de Majora's Mask 3D, no entanto, apesar de existirem, sim, os ajustes, a adição de funções é onde o jogo mais ganha destaque. Vamos por partes para falar disso em detalhes.


O primeiro ponto é o mais óbvio: a adaptação ao novo hardware. O 3DS é muito mais poderoso do que o Nintendo 64, sem mais. O 3DS também tem duas telas, ao invés de estar preso a somente uma.
Para compensar por isso, o jogo conta com visuais melhorados e um esquema de controle revisado para se adaptar às duas telas e aos controles da tela de toque; isso tudo sem falar do giroscópio, que deixa a mira do jogo tão maravilhosa e precisa.
Se você jogou Ocarina of Time 3D, irá reconhecer as mudanças de imediato, já que o esquema se manteve praticamente idêntico, a não ser por dois pequenos pontos, um deles sendo o uso do direcional direito para falar com a Tatl (ao invés do direcional superior, no caso da Navi); falaremos do outro detalhe em um instante. Há também a questão das transformações, todas as quais tem uma sensação diferente na hora de jogar, e todas as quais tiveram seus movimentos especiais ajustados: a câmera mais afastada para o Deku, controles melhores para o Goron em movimento, e uma mudança estranha para o nado do Zora (que, agora, precisa ter um botão pressionado constantemente para nadar como ele fazia na versão original).

Majora's Mask 3D, no entanto, não parou por aí.  Na verdade, o jogo deu um passo adiante para entregar uma versão com novidades o suficiente para deixar até mesmo jogadores veteranos surpresos e um pouco fora de jogo quanto ao que já esperavam.
Estou falando de mudanças bem grandes, como onde você pode conseguir algum item, onde encontrar um certo elemento, como salvar o seu jogo, e até textos novos para explicar partes que, na versão original, eram crípticas até demais (estou olhando para você, Capitão Keeta). No entanto, algumas outras mudanças foram feitas para evitar o uso de certos truques que lhe davam um excesso de liberdade, como a Stone Mask sendo guardada até o momento em que você não pode mais abusar dela. O jogo conta até com um mini-game novo e uma busca opcional exclusiva da nova versão (apesar de curta)! Difícil de argumentar contra algo assim.

Alguns outros elementos, como a estrutura da cidade de Clock Town, também foram alterados.

Na verdade, a acessibilidade parece ser um dos pontos predominantes de Majora's Mask 3D, visto o número de elementos alterados justamente para esse fim.
Além de mudanças na aventura, os menus do jogo receberam melhorias gerais, não só para se adaptar às duas telas, como foi o caso de Ocarina of Time 3D, mas, também para deixar a experiência mais digerível e fácil de seguir.

O ponto que mais grita nisso tudo é o novo Bomber's Notebook, que já era um elemento importante na versão original. Na versão 3D, o item tem sua função inacreditavelmente ampliada, abordando não só os personagens que podem lhe levar a uma máscara ou a buscas opcionais importantes, mas, também, donos de lojas, mini-games, e, praticamente, tudo o que você pode fazer em troca de uma recompensa. Estou falando de máscaras, potes, atualizações de armas e itens, pedaços de coração e até rupees! Não só isso como ele também conta com um glossário de quem é quem em Termina (assumindo que você já falou com a pessoa antes) e até um sistema de alarme (que é relativamente inútil se você consegue se lembrar das coisas rapidamente).
Falando assim, parece até que o caderno está altamente complexo e ainda mais difícil de se preencher do que antes, e esse certamente é o caso. No entanto, existe uma forma de lidar com essa preocupação de maneira rápida e intuitiva, e que faz muito mais sentido do que você imagina.
Certamente você, que jogou a versão original, se lembra dos Bombers, aqueles garotos que "patrulhavam" as ruas de Clock Town... Pois é, aqui, eles ganharam uma nova função: a de recolher informações e as passar para você, o que pode render descobertas bem interessantes, e facilitar todo o processo de encontrar cada coisinha que o jogo tenha a oferecer. As dicas deles também são levemente misteriosas, mais como "rumores" do que "informações" de fato, deixando tudo tão crível quanto se espera, e sem comprometer aqueles que querem descobrir tudo sozinhos.

O acesso ao Bomber's Notebook, inclusive, funciona por meio do botão START ou SELECT, sem ser necessário ir a outro menu antes, o que é legal, mas que vai pegar de surpresa os desavisados no começo do jogo, quando o item não está presente e nada acontece ao se pressionar o botão.

Algumas outras mudanças certamente chamam atenção, como o uso das músicas de viagem no tempo, que se mantém, praticamente, do mesmo jeito de antes, com a exceção da Song of Double Time, que agora permite a escolha do horário futuro que você quer ir, dentro do mesmo dia em que você está, isto é. Nem preciso dizer o quanto isso ajuda na hora de fazer aquelas buscas um pouco mais específicas em termos de horário, não é mesmo?

Graças a essas mudanças, fazer algumas buscas ficou menos taxativo.


A outra grande mudança do jogo está nos chefes, cujas estratégias foram cuidadosamente repensadas e, em seu lugar, existem batalhas bem mais interessantes e, surpreendentemente, inovadoras dentro de Zelda. Apesar de Odolwa e Goht terem mudanças leves, você não sentirá a diferença até Gyorg e Twinmold, que contam com batalhas excepcionais e quase épicas em termos de proporção.

Lutar contra uma lacraia gigante nunca foi e nunca será tão épico...


Seja pequenos detalhes ou grandes mudanças, Majora's Mask 3D traz novidades o suficiente para manter veteranos e novatos engajados. E, quer queira ou não, é essa a principal característica da versão.

O único ponto em que a nova versão não faz é o Hero Mode, quase que uma marca dos remakes e Zeldas mais recentes. Apesar da ausência do Hero Mode não marcar tanto, visto o mundo de novidades que já povoam o jogo, ela é definitivamente sentida, e é difícil não se perguntar se isso se deu por conta do esforço em todo o resto do jogo. Seja qual for o caso, ter um Hero Mode no jogo teria feito deste o remake mais completo de todos os Zeldas, mas, do jeito que está, ele continua sendo o melhor deles.

Quanto ao resto... Bem... É Majora's Mask, em toda a sua glória, só que com novos visuais, controles e, bom, quase tudo novo. É certamente uma versão melhorada do original, que conta com novos desafios e ajustes para uma experiência mais completa e mais divertida.



Apesar de eu ainda acreditar que a versão original se mantém perfeitamente, a versão nova também é muito boa, se não melhor do que a original em diversos aspectos.
Dito isso, creio que ambas as versões são dignas de recomendação, em especial a do 3DS, com suas novas funcionalidades, elementos e características em geral. Certamente um remake de respeito, e que merece todo o amor e carinho que puder ter!

4/4 

Análise escrita por Davi Mendes Freitas (Tiranofarl)

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